segunda-feira, 16 de março de 2009

Borboletas também sangram




















Borboletas também sangram
Aos suaves talhos de
Ágeis e ásperas plumas
Deslizando ao comando
De artistas celestiais
Na busca cruel e incessante
Da beleza plena

Borboletas também sangram e sofrem
Nos campos de batalhas
Nos lares, escritórios
E ao se verem preteridas
Postas de lado por exuberantes
Lagartas oportunistas
Ao tomarem o centro do jardim

Borboletas também sangram, sofrem e choram...
Mágoas perdidas em desencantos
De dias fúteis
Voam em rotas feridas
No atrito de violentas paixões marginais
E se esvaem em atmosfera densa e poluída
Onde entraram inocentes e desprevenidas

Borboletas também sangram, sofrem, choram e se desesperam...
A chicotadas de línguas ferinas a tentar
Diminuir seu esplendor e leveza
E desaparecem em lembranças varridas
Ao canto mais escuro do quarto
Embaixo do velho tapete persa
Puído por desinformadas e vorazes traças

Borboletas sangram
Sofrem choram
E se desesperam

Mas nunca desistem de voar...

4 comentários:

  1. "...nunca desistem de voar..." Assim como você que voou flores e doces, e lagos e cantos, e corpos e sonhos, e apenas pousa vez em quando para descansar, do passeio de nuvens e sol e ar, e recomeçar de novo o que sempre vale a pena, quando o braço balança no ar as primeiras letras do próximo poema. : ) Seja bem vindo a sua prateleira virtual de versos... Beijos, Fabi

    ResponderExcluir
  2. você é muito lindo!!!beijocas, Frida

    ResponderExcluir
  3. Só é possível amar esse poema! Muito lindo!

    ResponderExcluir
  4. Eu vi a sua apresentação deste poema no GLauce ROcha no dia 21 /07/13. Foi emocionante. Parabéns.

    ResponderExcluir